O Toque da Morte - Stephen Booth [Opinião]

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Título: O Toque da Morte
Autor: Stephen Booth
Colecção: Crime Perfeito
Preço: 26.15€
Pp.: 356

«Durante as últimas horas, o sangue diluiu-se, as impressões digitais foram levadas pela água e as pegadas apagadas. Quaisquer vestígios que um criminoso tivesse deixado ali estavam a desaparecer no solo […]» Numa charneca do Derbyshire assolada pela chuva, os cães de um grupo de caçadores encontram o cadáver de um homem bem vestido, cujo crânio fora esmagado. Chamados a investigar a descoberta, os detectives Diane Fry e Ben Cooper envolvem-se no submundo da caça e daqueles que a detestam, do roubo de cavalos e de um sector pouco conhecido do comércio de carne. À medida que Fry segue um trilho complexo para desvendar os interesses duvidosos da vítima, Cooper apercebe-se de que a explicação do caso pode estar enterrada no passado. Mas, quando a última pista é revelada, Fry e Cooper vêem-se obrigados a encarar a realidade perturbadora de um passado bem mais recente.

A minha opinião: Inicialmente custou-me a entrar n’ O Toque da Morte. A extensa lista de personagens com os seus nomes e apelidos baralhou-me um pouco e confesso que o princípio do livrp não me agarrou à primeira como normalmente acontece quando se trata de policiais.
Mas, depois de entrar na história, foi um não parar de emoções. A temática também ajudou. A caça, os cavalos, e o comércio ilegal de carne de cavalo, assim como o tema da guerra fria e o medo da bomba nuclear agradaram-me bastante. Quando o corpo de Patrick Rawson aparece com o crânio esmagado pela ferradura de um cavalo entram em cena os detectives Diane Fry e Ben Cooper, uma dupla bastante interessante.
No meio da sua investigação descobrem que o bem vestido Patrick Rawson não era muito querido no meio dos cavalos. Um negociante pouco honesto e com um historial ligado à venda de cavalos para os transformar em carne para venda ilegal, passando pelo roubo de alguns exemplares, leva a Fry descobrirem uma história por detrás de todo este episódio. A comercialização de carne de cavalo ilegal, sem que este tenham passaportes válidos para serem abatidos e transformados em comida, assim como uma doença que pode ser transmitida aos humanos, que pode chegar à morte.
O ambiente da caça à raposa também é aqui muito bem descrito, com os amantes e opositores. E, paralelamente, o autor remete-nos, com poucos capítulos de poucas páginas, para o ano de 1968 e para o tempo da Guerra Fria e do medo de uma Terceira Guerra Mundial e da bomba nuclear, um episódio que pode estar ligado com o desaparecimentos do sócio de Patrick Rawson, Michael Clay.
Uma história que evidencia os maus tratos causados aos animais, desde os cavalos à caça à raposa, assim como a ternura que Ben Cooper demonstra ter pelos gatos.