quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O sabor do perigo - Peter Elbling [Opinião]

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Título: O sabor do perigo
Autor: Peter Elbling
Título Original: The Food Taster
Tradução: Isabel Nunes
Páginas: 288
Colecção: Grandes Narrativas N.º 475
PVP: 16,50€

Na Itália do século XVI, Ugo DiFonte e a filha, Miranda, são levados para a corte do Duque Federico, onde este lhe ordena que seja o seu provador de comida, um cargo tão perigoso quanto os seus inúmeros inimigos. Em breve Ugo aprende a mover-se entre venenos, antídotos, conspirações e intrigas palacianas, mas o maior desafio ainda está para vir: proteger a filha dos seus muitos pretendentes – que incluem o cozinheiro e o próprio Duque – quando qualquer refeição pode ser a última… Uma narrativa que combina as doses certas de suspense e humor resultando num romance irresistível, bestseller numa dezena de países. Peter Elbling é escritor, actor e realizador, tendo trabalhado na televisão, no cinema e no teatro. Vive em Venice, na Califórnia. O Sabor do Perigo alcançou o estatuto de bestseller em dez países, incluindo na Alemanha, no Japão e na Austrália.
Mais informações em http://www.peterelbling.com.

Citações da Imprensa estrangeira
«Enternecedor. Uma fascinante história de amor, intriga e comida duvidosa.» Sunday Telegraph
«Uma narrativa bizarra e cativante, na tradição do Dom Quixote de Cervantes… Pormenores fascinantes sobre o amor e a morte na Itália do século XVI são a matéria-prima desta engenhosa ficção.» The Independent
«Peter Elbling começa onde Patrick Süskind [O Perfume] parou. Produziu um romance delicioso que irá fazer vibrar até o palato mais insensível.» Sunday Telegraph

A minha opinião:
Um excelente leitura para quem gosta de romances de época. Peter Elbling coloca como protagonista da sua obra uma personagem bastante importante, mas completamente esquecida na história, ou pelo menos um pouco apagada, que é o papel de provador. Muito engraçado este personagem Ugo. Gostei do sentido de humor dele, apesar do perigo eminente a que se sujeitava ao provar toda a comida de um duque tão detestado pela população como pelo seu séquito, Frederico. De um pobre camponês, Ugo vê-se de repente como “refém” do duque, assim como a sua jovem filha Miranda. Prova iguarias que até a mim me abriram o apetite, embora ele tenha perdido todo o gosto pelos pitéus, tal era o medo de ser envenenado. Com o duque teve oportunidade de conhecer novas cidades que já haviam introduzido os talheres e outro tipo de maneiras à mesa, coisa que não estava habituado na sua localidade, o que faz uma comparação curiosa entre regiões. Intrigas, coscuvilhices e crueldade entre os seus pares, costume da época são retratados com mestria. Mas também fala de amor. Um amor impossível entre Miranda e Tommaso e entre o duque e Miranda vai despoletar um fim surpreendente.

Excerto:
“Aos que disserem que a cozinha não é uma arte tão importante como a pintura e a escultura, respondo que têm a cabeça enfiada no culo. É muito, muito mais importante. O trabalho de um escultor é eterno, mas a grandeza de um cozinheiro mede-se pela rapidez com que as suas criações desaparecem!”

Sem comentários:

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