Autor: Filomena Marona Beja
N.º Págs.: 256
P.V.P.: 16,50
Sinopse:
Bute Daí, Zé! recupera o calor da revolução dos cravos e os tempos conturbados que a seguiram. Um período em que se clama pelo direito à opinião. «À Liberdade. 25 de Abril: solta-se a Utopia. Todos na rua, a cantar. Fim de Festa. Sobe a violência social. Cruza-se com racismo. Com agressão política. “Vais ficar assim, caído ao fundo de um beco? Bute daí, Zé!”»
A narrativa de Filomena Marona Beja remete-nos para o ano de 1989 e, em concreto, para o assassinato de José Carvalho, na Rua de Palma. É precisamente este episódio a servir de mote ao livro.
A minha opinião:
Bute daí, Zé! É um livro sobre revoluções, sobre mudança. Filomena Marona Beja mistura o 25 de Abril com o início do século XX, aquando da vontade popular em destituir a monarquia e implantar a república. A vontade de mudança por parte da população portuguesa é inerente a este livro. Mas é sobretudo da Revolução dos Cravos e, a sequência da mesma, que mais retrata este livro.
O assassinato de um dos mais destacados militantes do Partido Socialista Revolucionário (PSR), José Carvalho, serve de mote para a trama da obra. Em 1989, junto à porta do partido ao qual pertencia, na Rua da Palma, José Carvalho era esfaqueado por um grupo de “skinheads”, na altura em que decorria um concerto, promovido pelo próprio PSR. José Carvalho, ou Zé da Messa como era comummente conhecido, fez parte da Comissão de Trabalhadores da Messa, uma empresa de máquinas de escrever, que na altura, era um dos maiores empregadores no concelho de Sintra. Nos anos 80 viria a encerrar portas deixando no desemprego mais de um milhar de pessoas, que saíram com salários em atraso. Nessa altura Zé da Messa foi um dos principais activistas da luta pelos direitos dos trabalhadores.
Devo confessar que não conhecia essa parte da História, e eu que gosto bastante de História. Mas também é para isso mesmo que servem os livros, para nos abrir novos horizontes e conhecimentos.
O 25 de Abril, a censura, a Guerra do Ultramar, os retornados e as consequências da Revolução dos cravos como encerramento de fábricas, a nacionalização de bancos, o desemprego, a anarquia, tudo é retratado neste livro que me surpreendeu pela positiva.
Não conhecia a escrita da autora, mas Bute daí, Zé! Deixou-me curiosidade para as leituras de outros livros de Filomena Marona Beja.
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