Sinopse:
«Agora sei porque te escrevo estas cartas, Nayma. Por elas eu aprendo a falar. Renasço. Nelas escrevo o que me dizes ao ouvido, depois da minha ignorância racionalista te interrogar todos os dias, meu Anjo. Nestas cartas também seguem as palavras possíveis sobre a luz com que perscruto os caminhos ignorados do mistério que é a vida.
Eu bem escrevo e assino – Noé –, mas acredita que é como se fora o próprio Espírito a pegar-me na mão enquanto ensina as primeiras letras a um infante. Eu assino para haver um nome que fala contigo, umas letras e um som, à volta do qual se vão condensando os vislumbres espirituais que tu me dás. Por isso, com esse nome amo e rezo, o que aliás é o mesmo. Amar e rezar são dois irmãos gémeos às avessas: diferentes por fora e iguais por dentro.»
Sobre o autor:
Carlos Aurélio licenciou-se em Artes Plásticas na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Actualmente é professor no Ensino Secundário. Dedica-se igualmente ao desenho, à pintura, fotografia e escrita. Espiritualista e fiel estudioso da escola da filosofia portuguesa, acompanha de perto o trabalho de António Telmo, ao lado de quem tem estado há mais de vinte anos. É autor de Mapa Metafísico da Europa e Considerando os Filósofos.
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