sábado, 21 de março de 2009

Doida não e não : Maria Adelaide Coelho da Cunha – Manuela Gonzaga [Opinião]

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Sinopse
Filha e herdeira do fundador do 'Diário de Notícias'. Mulher do administrador do mesmo jornal, o escritor Alfredo da Cunha. Presa num manicómio por um «crime de amor». Os factos relevantes têm início em Novembro de 1918: era uma vez uma senhora muito rica que fugiu de casa, trocando o marido, escritor e poeta, por um amante. Tinha quarenta e oito anos, pertencia à melhor sociedade portuguesa. O homem por quem esta senhora se apaixonou tinha praticamente metade da sua idade e fora seu motorista particular. Era herdeira do 'Diário de Notícias' e a sua história chocou a sociedade da época.
Excertos
«Entre dever e amor, o segundo ganhou.»
«Se em vez de me haver deixado apaixonar por um filho do povo, me tivesse agradado dum duque ou dum marquês, nem eu era uma doente, nem a família se julgava desonrada.
Não, (…) decididamente, ou estamos todos doidos ou quem o está não sou eu!»
«De onde eu depreendi que, para vir parar a um hospital de doidos, não é preciso estar doido, basta que os antepassados tenham tido no coração qualquer doença! Como a sciência avança!»


Quando no dia 13 de Novembro de 1918, Maria Adelaide Coelho da Cunha saiu de casa para não mais voltar nunca pensou no desfecho que a sua fuga iria tomar. Santa Comba Dão acolheu o amor desta dama da sociedade pelo seu antigo motorista, Manuel Claro, mas poucos dias depois do seu desaparecimento o seu marido, Alfredo da Cunha, decide colocar um anúncio no jornal de que era administrador “Diário de Notícias”.
Maria Adelaide tinha abandonado um casamento de 28 anos com Alfredo da Cunha, e um filho, José Eduardo Coelho da Cunha de 26 anos, licenciado em Direito. «Tinha 48 anos e era uma figura incontornável na vida social lisboeta e o casal era apontado como exemplo de harmonia conjugal».
«Enquanto casada, Maria Adelaide tinha uma vida social intensa. Além de conviver bastante, viajava muito também com o marido por vários países da Europa ver peças ou teatro e locais históricos».
No entanto, segundo alguns testemunhos de amigos, familiares e criados, a partir de 1917, Maria Adelaide sofreu uma grande mudança de atitudes.
Após 11 dias de ter fugido para Santa Comba Dão é descoberta pelo marido e pelo filho e acaba por ser levada para o Conde de Ferreira, no Porto, onde foi diagnosticada como louca. Naquela instituição Maria Adelaide passou a ficar constantemente vigiada e mesmo uma carta teria de passar pela «pela censura da Direcção, acrescentara-lhe o “salvo conduto – umas palavras de louvor ao modelar Conde de Ferreira”, porque a única forma das cartas seguirem “é dizer bem do hospital”».
Entretanto, Maria Adelaide consegue passar estas palavras, de uma forma camuflada, a Manuel Claro, sobre as condições com que a puseram no hospital psiquiátrico.
«Imagina que não me fizeram nenhum exame médico para aqui me meterem; mas o dinheiro pode tudo e a prova está à vista. É preciso que desconfies de tudo e de todos em toda a parte e principalmente do Balbino Rego que teve tudo isto um papel de miserável, como depois de contarei…”»
Não era de admirar. O decreto de 11 de Maio de 1911 dizia que qualquer pessoa poderia requerer o internamento de outra no manicómio, desde que apresentasse o atestado de dois médicos e um exame de Júlio de Matos. E assim foi. Maria Adelaide foi internada no Conde de Ferreira e «arcou com um diagnóstico de loucura que lhe foi aposto com assinaturas de Júlio de Matos, Egas Moniz e Sobral Cid». Depois disso ainda viria a perder todos os seus bens.
«Em silêncio deixou-se conduzir ao pavilhão das criminosas. Era o dia 26 de Fevereiro de 1919. Durante uns brevíssimos e felicíssimos 23 dias fora a “rapariga de Manuel”.
Agora voltava a ser uma louca.»
Durante oito meses, Maria Adelaide permanece no manicómio e, só mais tarde, em praça pública, é que decide contar o seu «crime de amor». Manuel Claro também estivera preso, na Cadeia da Relação, no Porto, durante praticamente quatro anos.
Mas o amor superou tudo. Maria Adelaide viria a morrer na sua casa, no Porto, no dia 23 de Novembro de 1954, com 85 anos. Manuel Claro morreria em 1967, vítima de cancro. Viveram juntos mais de 30 anos, sem nunca terem casado.
Esta história surpreendente, que me deixou sem fôlego tal o enredo que a própria autora, Manuela Gonzaga, tão bem urdiu, surgiu através dos actuais donos do palácio de São Vicente, que em 2003 descobriram que de um fundo falso de uma pesada secretária, surgiu «um precioso acervo de minutas de cartas, bilhetes e notas enviadas a quem privou com o casal (Maria Adelaide e Alfredo da Cunha) – amigos, familiares e antigos serviçais do palácio - , a quem se pedia depoimentos sobre os tempos felizes de São Vicente. Também ali se encontravam relatórios e pareceres fundamentados nos exames psiquiátricos feitos a Maria Adelaide e assinados pelos mais ilustres professores da especialidade…E, ironia amarga, ali estava também o seu lacónico bilhete, escrito em Santa Comba Dão, e colocado nos correios de Aveiro, conhecido como «a carta do lacre verde»».
Um excelente relato da história que, além de contar todas as peripécias pelas quais passou o casal de apaixonados, ainda centra a vida de Maria Adelaide no contexto história em que ela viveu. Um livro que recomendo a todos os amantes da história de Portugal no início do século XX e de como as mulheres eram tratadas caso não ‘obedecessem’ às regras estipuladas.
Esta linda história de amor também já tinha servido de mote a Monique Rutler, que realizou o filme Solo de Violino, em 1992, cujos protagonistas foram André Gago, no papel de Manuel Claro e Fernanda Lapa no papel de Maria Adelaide. «O filme viajou pelo mundo inteiro, estando presente em numerosos festivais nomeadamente em Nova Iorque, Cannes, Berlim, Cairo e Florença», mas infelizmente não está disponível em circuito comercial, «e a RTP passou-o duas vezes apenas nestes anos todos. O mesmo se pode dizer da banda sonora, com assinatura de Constança Capdville».

Pode ainda ver o relato da história no programa Tardes da Júlia, e então fazer uma visita ao site da própria escritora, Manuela Gonzaga

sexta-feira, 20 de março de 2009

Leva-me Esta Noite - Cristina Flora


Género: Lit. Contemporânea
Páginas: 192
Tiragem: 1200
PVP: 17,75 €
Editora: Saída de Emergência

Lorenzo e Biagio Millefiori são dois irmãos luso--italianos proprietários de uma casa de antiguidades no Chiado. Órfãos desde a adolescência, aprenderam a viver de uma forma tão sintonizada como aquela representada pelas figuras chinesas de porcelana, os gémeos imortais da harmonia, que são os laughing boys. Tais comparações entre peças de arte e situações do quotidiano passam a ser recorrentes do vocabulário de Lorenzo, e essa obsessão pelas antiguidades fará com que este inicie um tratamento de psicoterapia com Sara Rocha. A vertigem começa com a descoberta de um caderno escrito por Bianca, a mãe, ainda em solteira. Essas páginas, assim como uma série de perturbantes coincidências,
irão convencer Lorenzo de que as sessões com Sara são premonitórias dos acontecimentos que sucedem a partir delas: se a porcelana o conduziu até à mãe, a prata levá-lo-á ao encontro de Clara Luna, uma misteriosa venezuelana. Mas será uma agressão física, aparentemente despropositada, que lançará a intriga, a suspeita e a perda dos afectos: afinal, quem e porquê roubou as jóias da coroa portuguesa do museu de Haia, na Holanda?
Afinal, quem e porquê roubou as jóias da coroa portuguesa domuseu de Haia, na Holanda?
Sobre a autora:
Cristina Flora nasceu em Lisboa a 25 de Janeiro de 1970. Licenciou-se em Comunicação Social pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1993. Complementou a sua formação com cursos no CENJOR. Iniciou a sua experiência profissional como estagiária e, posteriormente, colaboradora no Diário de Notícias. Editou e depois colaborou durante vários anos na revista Ingenium da Ordem dos Engenheiros.Participou na série de fascículos “Locais de Portugal” para o Jornal de Notícias. No Semanário foi redactora do sector de Cultura daquele jornal, chefe de redacção da revista Christus e colaboradora de outras publicações do mesmo grupo, entre as quais a Olá, Pl@ynet e Política Mesmo. Redigiu diversas biografias de exploradores para a revista Volta ao Mundo. Em regime de freelancer publicou textos e fotografias nas revistas Exame e Homem Magazine. Foi ainda redactora da Invista e colaboradora da Viver com Saúde. Actualmente é colaboradora permanente da revista Máxima. É autora de dois romances: “A Saudade do Rei” (Minerva 2003) e “A Inconstância dos Teus Caprichos” (Presença 2005). É também co-autora de uma antologia de contos “A República Nunca Existiu” (Saída de Emergência 2008). Apesar de toda esta entrega profissional conseguiu manter uma participação social activa. Actividades desportivas, viagens, muita leitura e cinema fazem hoje como sempre parte integrante e indispensável da sua vida. Essa sua energia aliada a uma permanente curiosidade e interesse pelos vários temas do nosso mundo tornaram-na uma autora multifacetada e sem rótulo. Até mesmo a recente maternidade e a descoberta de novas emoções a ela ligadas são hoje fontes de inspiração.

O Caderno Secreto de Leonardo - Jack Dann


Para quem gosta de história e do tempo do Renascimento eis um livro que me parece retratar a história da época de Leonardo Da Vinci...

“Michelle Lovric temo dom de nos transportar no tempo.” —The Independent
Género: Romance Histórico
Tradutor: David Soares
Páginas: 336
Tiragem: 2500
PVP: 18,85 €

Numa obra-prima da fantasia histórica que combina soberbamente os factos com a ficção, Jack Dann recria a magia do mundo da Itália Renascentista e oferece a sua própria história secreta de um ano na vida de Leonardo da Vinci…
Florença do século XV. Numa cidade governada pelos Médicis, num tempo em que a magia e a ciência eram uma só, irrompe o génio de Leonardo Da Vinci. Rodeado de figuras brilhantes maiores do que a vida como Sandro Botticelli e Niccòlo Machiavelli, Leonardo vive a vida prestigiada de um artista e ama uma mulher arrebatadoramente bela. Mas um inimigo implacável conspira a sua queda. E cedo este grande artista inventor será forçado a abandonar a cidade onde nasceu, para dar início a uma viagem mística para um destino – e uma aventura – que poderiam ter sido realidade.


“Da mesma forma que O Nome da Rosa de Umberto Eco, O Caderno Secreto de Leonardo é um romance que irá satisfazer o leitor intelectual, assim como o leitor casual… é uma maravilhosa ficção especulativa.” – NORTH SHORE TIMES

“De uma autenticidade convincente na sua concretização da loucura e génio da Renascença, O Caderno Secreto de Leonardo é um triunfo absoluto.” – LUCIUS SHEPARD

Sobre o autor:
JACK DANN é um escritor norte-americano, autor de mais de setenta obras e traduzido para treze línguas. Os seus contos e noveletas surgiram nas principais revistas e antologias de ficção científica e fantasia, e é editor da Wandering Stars, uma dasmais aclamadas antologias norte-americanas dos anos 70. Venceu o prémio Nebula, o Australian Aurealis Award, e o World Fantasy Award, entre outros. É consultor editorial da TOR Books e actualmente vive na Austrália.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Lançamento do livro TEJO, de Alice Vieira e Neni Glock‏

20 de Março, hoje, foi o dia escolhido para o lançamento do novo livro de Alice Vieira e Neni Glock: Tejo.

Novidades Esfera dos Livros

O Último Bandeirante –Pedro Pinto

Colecção: Romance
P.V.P: 17 €
ISBN: 978-989-626-154-2
Páginas: 296
Formato: 16 X 23,5 / Brochado
Data de lançamento:
Março

Quando Raposo Tavares atacou a Missão Jesuíta de Jesus Maria, o seu objectivo era conquistar a região do Tape em nome da Coroa portuguesa e destruir o sonho do Superior Diego de Trujillo, seu inimigo de longos anos. Estava longe de imaginar que começava ali uma corrida de vida e morte à maior bandeira de sempre em terras do Brasil. Com as mãos sujas de sangue, a roupa a cheirar a queimado e milhares de índios aprisionados, Raposo Tavares, o maior bandeirante de todos os tempos, regressou à vila de São Paulo. Podia, finalmente voltar a sua casa, ao fabrico das suas estranhas infusões, ao desenho dos seus mapas e aos braços apaixonados de Maria Teresa. Mas, a partida estava novamente marcada. Era altura de regressar ao mato, de definir as controversas fronteiras de Tordesilhas, que opunha Portugueses e Espanhóis, e procurar um sonho de extraordinárias riquezas que não era o seu: o Eldorado que todos ambicionavam encontrar.

Pedro Pinto é coordenador e apresentador do Jornal Nacional da TVI desde 2000 e jornalista desde 1997. Formado em Relações Internacionais e mestre em Desenvolvimento e Cooperação Internacional pelo ISEG. É professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 1996, responsável pelas cadeiras de Integração Económica e de Jornalisno. É coordenador da pós-graduação em Televisão e professor convidado em diferentes mestrados.

Mulheres Aventureiras – Rosário Sá Coutinho

Colecção: História Divulgativa
P.V.P: 21 €
ISBN: 978-989-626-155-9
Páginas: 208 – Ilustrado a p/b
Formato: 16 X 23,5 / Brochado
Data de lançamento: Março

Da medina de Marraquexe, colorida pelas especiarias e perfumada pelo incenso, às frias muralhas da praça de Ceuta, passando pelos serões quentes e opulentos dos bailes do Rio de Janeiro ou pelos exóticos haréns da Índia, este livro leva-o, numa viagem apaixonante, aos quatro cantos do mundo, onde mulheres portuguesas fizeram história.Protagonistas de estórias de amor ou de batalhas sangrentas, cruzaram mares, empunharam armas, foram hábeis diplomatas e audazes comerciantes. D. Maria de Eça, a Capitoa, D. Juliana, a Negociadora, D. Mécia de Monroy, a Cativa, são algumas destas aventureiras que a jornalista Rosário Sá Coutinho resgatou do anonimato a que a História oficial, habitualmente centrada nas personagens masculinas, as relegou.Este livro, baseado numa vasta e original pesquisa histórica, descreve-lhe a empolgante vida destas corajosas mulheres que, ao longo de quatro séculos, desafiaram preconceitos, lutaram pelos seus sonhos e viveram sempre à frente do seu tempo. Mulheres aventureiras que merecem um lugar na nossa História.

Rosário Sá Coutinho é jornalista e editora da revista Blue Travel desde 2003. Nasceu em Roma no ano em que o Homem foi à Lua, de pai limiano e mãe coimbrã. Viveu em Londres, na Guiné-Bissau, cresceu nas praias de Luanda, nos montes e ribeiros do Vale do Lima, nas ruas de Madrid e de Roma, e finalmente aterrou em Lisboa onde completou os estudos, tornando-se jornalista por um golpe de sorte – ou do destino.

Marcelo Caetano o Homem que perdeu a fé – Manuela Goucha Soares

Colecção: História do Séc. XX
P.V.P: 30 €
ISBN: 978-989-626-158-0
Páginas: 296 + 44 Extratextos
Formato: 16 X 23,5 / Cartonado
Data de lançamento: Março

Quando António de Oliveira Salazar caiu da cadeira, Marcello Caetano, há muito apontado como o Delfim do regime, não hesitou. Chegara a sua hora de assumir o cargo de presidente do Conselho, e sair definitivamente da sombra de Salazar, um homem de quem muitas vezes discordara. Ao longo de três décadas, Salazar afastara-o repetidamente do caminho do poder, mas, apesar disso, Marcello nunca o confrontou nem tentou derrubá-lo.
Marcello Caetano era um homem em tudo diferente de Salazar. Gostava de conhecer o mundo e as pessoas e houve quem, durante algum tempo, respirasse a sua «Primavera», na esperança de que novos ventos soprassem em Portugal. Mas era tarde de mais. A 25 de Abril de 1974, o sonho do último presidente do Conselho caiu por terra.

A jornalista Manuela Goucha Soares traça um retrato único desta figura fundamental da segunda metade do século XX português. Um homem recheado de tensões e contradições. Desde as suas origens modestas, católicas e monárquicas, passando pela sua brilhante carreira académica, onde ficou conhecido como o «pai» do Direito Administrativo português, até à sua família e ao amor incondicional pela mulher, Teresa, doente do foro psiquiátrico que se tornou numa autêntica cobaia nas mãos dos médicos e que Marcello acompanhou até aos últimos dias de vida.
Aos 67 anos, Marcello Caetano partiu para o Brasil, o seu destino de exílio. Morreu aos 74, no Rio de Janeiro, agnóstico e desiludido com a vida e com o país que deixara do outro lado do Atlântico. Era um homem que tinha perdido definitivamente a fé.

Manuela Goucha Soares é autora da Fotobiografia de Ramalho Eanes e de Primeiras-damas do pós-25 de Abril, ambos editados pelo Museu da Presidência da República.
Jornalista do Expresso desde 1988, licenciou-se em Comunicação Social pela Universidade Nova de Lisboa.

Sugestões Saída de Emergência

Aprendiz de Assassino –Robin Hobb

O início de uma das sagas mais apaixonantes da fantasia moderna.

O jovem Fitz é filho bastardo do nobre Príncipe Cavalaria e cresce na corte do Rei Sagaz. Marginalizado por todos, o rapaz refugia-se nos estábulos reais, mas cedo o seu sangue revela o Talento mágico e, por ordens do rei, é secretamente iniciado nas temidas artes do assassino. Quando salteadores bárbaros atacam as costas, Fitz enfrenta a sua primeira e perigosa missão que o lançará num ninho de intrigas. E embora alguns o encarem como uma ameaça ao trono, talvez ele seja a chave para a sobrevivência do reino. Com uma narrativa povoada de encantamentos, heroísmo e desonra, paixão e aventura, o Aprendiz de Assassino inicia um das séries mais bem-amadas da fantasia épica.




Nunca te Perdi – Lind Howard

O novo romance de Linda Howard é soberbo e vai tirar o tapete por baixo dos pés de qualquer leitor

Milla Edge mudou-se recentemente para o México, onde o seu marido David, foi colocado como médico. A vida deles é um sonho. Acabaram de ter o primeiro filho, e estão tremendamente apaixonados. Ambos se deliciam com a nova vida, e Milla está no auge do seu brilho maternal quando lhe roubam o bebé Justin das suas próprias mãos. Uma década mais tarde, Milla é uma mulher diferente. O casamento há muito que terminou e a sua vida é totalmente dedicada à Organização Não Governamental que lidera: Finders. À caça de criminosos, ela percorre os lugares mais desoladores do mundo à procura de crianças raptadas (incluíndo o seu filho que nunca aceitou perder). Dois homens cruzam o seu caminho:
True Gallagher, um dos grandes mecenas da sua instituição, e Diaz um perigoso mercenário, tão interessante como misterioso. Quanto mais Milla se aproxima das respostas, maiores são os perigos que enfrenta. E ninguém brinca com os
cabecilhas das redes de tráfico infantil.



Uma Casa na Grécia – Rosie Thomas

O destino faz de nós o que somos, mas também pode impedir-nos de ser a pessoa que podíamos ter sido.

Escapando à devastação de um terramoto, Cary chega
à ilha grega de Halemni e dá de caras consigo própria.
Ou antes Olivia, cuja semelhança é assustadora. Nesta nova vida Cary começa por encontrar a felicidade que nunca tivera. Não desde o dia em que a sua vida mudara. Agora libertara-se de tudo o que a relacionava com o passado. Estava tudo enterrado nas profundezas do terramoto. Ia começar de novo.
Olivia, por outro lado, era uma mulher acomodada. Depois de vários anos a viajar encontrara finalmente um lugar a que podia chamar "lar". A vida na ilha e a hospitalidade eram acolhedoras mas agora algo se tornara diferente. Seria pela chegada desta desconhecida? Havia alguma coisa estranha e desconfortável nesta mulher. Quem é Cary? Qual o seu passado? Porque se sente Olivia tão desconfortável na sua companhia? Olivia tenta controlar-se, mas não consegue deixar de sentir que a sua vida está a ser roubada. Uma luta entre duas mulheres por uma vida, e apenas uma pode vencer.



Desvio Polar [Bolso] Clive Cussler

A Saída de Emergência junta-se à Colecção de Bolso 11/17

No final da Segunda Guerra Mundial um genial cientista húngaro chamado Kovacs descobriu uma forma artificial de despoletar o desvio polar, mas o seu trabalho desapareceu. Hoje Jordan Gant, líder de uma organização antiglobalização, planeia recuperar esse trabalho para ameaçar as nações mais industrializadas do mundo.
Esta é uma ameaça que ninguém pode ignorar. O desvio polar provocará alterações climáticas devastadoras: vulcões, terramotos, furacões e tsunamis por todo o mundo. Será que a humanidade vai extinguir-se às mãos de um fanático? Apenas um homem pode impedir esta tragédia: Kurt Austin. Acidentalmente envolvido neste
enredo maquiavélico, Austin entra numa corrida contra o tempo que o vai levar dos EUA ao Rio de Janeiro, e do Atlântico à Sibéria. Com a ajuda de Karla, a neta do cientista húngaro, Austin enfrenta o seu maior desafio de sempre. E se falhar... é o fim de todos nós.

Descubra por que é que mais de 15 livros de
Clive Cussler chegaram ao 1º lugar do top de vendas
do New York Times


O Último Papa [Bolso] Luís Miguel Rocha

Um dos maiores thrillers portugueses de sempre, agora em formato de bolso

1978, Cidade do Vaticano
A irmã Vincenza, assistente pessoal de João Paulo I, chega à antecâmara dos aposentos pontífices e descobre que Albino Luciani, representante de Deus na Terra, jaz morto na cama. Tinha sido eleito Papa há apenas 33 dias. E em 2000 anos de História, nunca nenhum Papa havia morrido sozinho.

2006, Londres
Sarah Monteiro, uma jovem jornalista portuguesa, está de regresso a Londres depois de umas férias na terra natal. Ao chegar, encontra entre a correspondência um envelope que lhe chama a atenção. Lá dentro, uma lista com nomes de personalidades públicas e pessoas
desconhecidas, entre eles o de seu pai. A lista tem mais de 25 anos e muitos dos nomeados já faleceram. Mas como cedo irá descobrir, aquela lista pode transformar-se num bilhete para a morte. Com a ajuda de um homem misterioso inicia uma frenética corrida para escapar à morte. De Londres a Lisboa e a Nova Iorque, terá que levar a melhor sobre uma organização secreta que não olha a meios para deitar a mão à lista, e impedir a divulgação de um segredo que o Vaticano esconde há quase trinta anos.

terça-feira, 17 de março de 2009

Novidades Presença 2:º Quinzena Março

A FELICIDADE NÃO SE VENDE
Lolly Winston


Elinor Mackey é uma daquelas pessoas que traçou o seu caminho exactamente da forma como se esperava, sem sobressaltos ou acidentes de percurso. Mas, como todos sabemos, a vida nem sempre recompensa quem faz tudo irrepreensivelmente, e Elinor vai ser a próxima a descobrir que nada é garantido. Ao fim de quase três anos a tentar engravidar e a lutar com o subsequente sentimento de tristeza e desilusão que parece querer afastá-la do mundo, Elinor recebe a machadada final no seu ânimo quando descobre que o marido, Ted, tem um caso. A partir daqui o enredo é tudo menos previsível, à medida que as personagens deste triângulo amoroso lutam por uma felicidade que recusa soluções convencionais ou convenientes.
Colecção: Grandes Narrativas
Nº na Colecção: 426
Preço: 17.00 € c/iva
296 págs.


EVOCAÇÃO - A Minha Vida com Che Guevara
Aleida March
Mais de quarenta anos após a morte de Che Guevara, a sua viúva Aleida March oferece-nos uma perspectiva única, plena de ternura, da vida ao lado de um dos maiores símbolos revolucionários do século XX, ao longo de batalhas, acções políticas, viagens clandestinas e episódios familiares. Das suas memórias, que agora se publicam, fazem parte documentos inéditos – fotografias, cartas, apontamentos, poemas – que nos revelam não só o seu mundo fascinante e perigoso, mas também o seu lado mais íntimo e desconhecido. Retrato apaixonado e esclarecedor, A Minha Vida com Che é ao mesmo tempo a história de um mito e de um amor absoluto.
Colecção: Marcas do Tempo
Nº na Colecção: 15
Preço: 15.00 € c/iva
200 págs.


REBECCA
Daphne Du Maurier

Publicado em 1938, Rebecca é talvez o romance por que Daphne du Maurier é hoje mais lembrada. Ao lê-lo entramos numa atmosfera onírica, sombria, alimentada por segredos que os códigos sociais obrigam a permanecer ocultos e que se concentram na misteriosa mansão Manderley. É para esta mansão que a narradora, uma jovem humilde, vai viver com o viúvo Maxim de Winter, ao aceitar o seu pedido de casamento. Mas então descobre que a memória da falecida esposa, Rebecca, se encontra ainda viva e que esta era tudo o que ela nunca será. À medida que o enredo se desenvolve, ela terá de redefinir a sua identidade num cenário em que os sonhos ameaçam tornar-se pesadelos…
Colecção: Obras Literárias Escolhidas
Nº na Colecção: 4
Preço: 20.00 € c/iva
400 págs.



O AMOR INFINITO DE PEDRO E INÊS

Luís R
osa
Neste romance de Luis Rosa não é só o tema que nos deleita, pela sua força inspiradora ao narrar uma das mais trágicas paixões que a nossa memória colectiva jamais esqueceu. É também a vibração da escrita de Luis Rosa que nos faz seguir página a página, numa leitura sem quebras, dando-nos o testemunho de um escritor que sabe contar como poucos. Luis Rosa tem esse dom de transmitir as emoções, dando-lhes uma força e comunicabilidade que dir-se-ia estabelecer uma relação de cumplicidade entre autor e leitor. É como se a história estivesse a ser revivida por quem escreve e quem lê. E tudo isto sem esquecer o rigor histórico posto na investigação dos personagens, do ambiente e sobretudo da intriga que culmina na tragédia que se abateu sobre o amor infinito de Pedro e Inês.
Colecção: Grandes Narrativas
Nº na Colecção: 300
Preço: 13.00 € c/iva
200 págs.


António Botto faleceu há 50 anos


Hoje, dia 17 de Março, passam 50 anos sobre a morte de um dos maiores e também mais esquecidos poetas portugueses: António Botto.
António Tomás Botto nasceu em Abrantes a 17 de Agosto de 1897 e morreu no dia 17 de Março de
1959 no Rio de Janeiro.
A sua obra mais conhecida, e também a mais polémica, é o livro de poesia Canções que, pelo seu carácter abertamente homossexual, causou grande agitação nos meios religiosamente conservadores da época. Foi amigo pessoal de Fernando Pessoa que traduziu, em 1930 as suas Canções para inglês, e com quem colaborou numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos. Homossexual assumido (apesar de ser casado com Carminda Silva), a sua obra reflecte muito da sua orientação sexual e no seu conjunto será, provavelmente, o mais distinto conjunto de poesia homoerótica de língua portuguesa. Morreu atropelado, por uma viatura oficial, em 1959 no Brasil, para onde se tinha exilado para fugir às perseguições homófobas de que foi vítima, na mais dolorosa miséria. Os seus restos mortais foram trasladados para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa, em 1966.
António Botto tinha uma forte personalidade. Descrevem-no como magro, de estatura média, um dandy, de rosto oval, a boca muito pequena de lábios finos, os olhos amendoados, estranhos, inquisitivos e irónicos (de onde por vezes irrompia uma expressão pertubadoramente maliciosa) frequentemente ocultados sob um chapéu de abas largas.
Tinha um sentido de humor sardónico, incisivo, uma mente e língua perversos e irreverentes, e era um conversador brilhante e inteligente. Era amigo do seu amigo, mas ferozmente ruim se sentia que alguém antipatizava com ele ou não o tratava com a admiração incondicional que ele julgava merecer. Este seu feitio criou-lhe um grande número de inimigos. Alguns dos seus contemporâneos consideravam-no frívolo, mercurial, mundano, inculto, vingativo, mitómano, maldizente e, sobretudo, terrivelmente narcisista a ponto de ser megalómano.
Era visitante regular dos bairros boémios de Lisboa e das docas marítimas onde desfrutava a companhia dos marinheiros, tantas vezes tema da sua poesia. Apesar de ser sobretudo homossexual, António Botto foi casado até ao final da sua vida com Carminda Silva Rodrigues ("O casamento convém a todo homem belo e decadente", como escreveu).
A 9 de Novembro de 1942 António Botto foi demitido do seu emprego na função pública (escriturário de primeira-classe do Arquivo Geral de Identificação) por: "a) ter desacatado uma ordem verbal de transferência dada pelo primeiro oficial investido ao tempo em funções de director, por impedimento do efectivo;
b) não manter na repartição a devida compostura e aprumo, dirigindo galanteios e frases de sentido equívoco a um seu colega, denunciando tendências condenadas pela moral social;
c) fazer versos e recitá-los durante as horas regulamentares do funcionamento da repartição, prejudicando assim não só o rendimento dos serviços mas a sua própria disciplina interna."
Ao ler o anúncio publicado no Diário do Governo, Botto ficou profundamente desmoralizado e comentou com ironia: "Sou o único homossexual reconhecido no País..."
Para se sustentar passou a escrever artigos, colunas e crítica literária em jornais, e publicou vários livros, entre os quais "Os Contos de António Botto" e "O Livro das Crianças", uma colecção de sucesso de contos para crianças (que seria oficialmente aprovada como leitura escolar na Irlanda, sob o título The Children’s Book, traduzido por Alice Lawrence Oram). Mas tudo isto se revelou insuficiente. A sua saúde deteriorou-se devido à sífilis terciária que ele recusava tratar e o brilho da sua poesia começou a desvanecer-se. Era alvo de troça quando entrava nos cafés, livrarias e teatros. Por fim, cansou-se de viver em Portugal e em 1947 decidiu emigrar para o Brasil. Para juntar dinheiro para a viagem organizou, em Maio desse ano, recitais de poesia em Lisboa e no Porto, que resultaram em grandes sucessos, com elogios por parte de vários intelectuais e artistas, entre os quais Amália Rodrigues, João Villaret e o escritor Aquilino Ribeiro. A 17 de Agosto partiu finalmente para o Brasil com a sua mulher.
No Brasil residiu em São Paulo até 1951 quando se mudou para o Rio de Janeiro. Sobreviveu escrevendo artigos e colunas em jornais Portugueses e Brasileiros, participando em programas de rádio e organizando récitas de poesia em teatros, associações, clubes e, por fim, botequins.
A sua vida foi-se degradando de dia para dia e acabou por viver na mais profunda miséria. A sua megalomania agravada pela sífilis era gritante e não parava de contar histórias delirantes das visitas que André Gide lhe teria feito em Lisboa ("Se não foi o Gide, então foi o Marcel Proust..."), de ser o maior poeta vivo e de ser o dono de São Paulo. Em 1954 pediu para ser repatriado, mas desistiu por falta de dinheiro para a viagem. Em 1956 ficou gravemente doente e foi hospitalizado durante algum tempo.
A 4 de Março de 1959, ao atravessar a Avenida Copacabana, no Rio de Janeiro, foi atropelado por um automóvel do Governo. Cerca das 17h00 de 16 de Março de 1959, no Hospital da Beneficiência Portuguesa, Botto, mal barbeado e pobremente vestido, expira, abraçado pela sua inconsolável mulher, que o chora perdidamente.
O seu espólio será enviado do Brasil pela sua viúva Carminda Rodrigues a um parente, que o doará, em 1989, à Biblioteca Nacional.
Obra
Poesia: Trovas (1917); Cantigas de Saudade (1918); Cantares (1919); Canções (várias edições, revistas e acrescentadas pelo autor, entre 1921 e 1932); Canções do Sul; Motivos de Beleza (1923); Curiosidades Estéticas (1924); Pequenas Esculturas (1925); Olimpíadas (1927); Dandismo (1928); Ciúme (1934); Baionetas da Morte (1936); A Vida Que te Dei (1938); Sonetos (1938); O Livro do Povo (1944); Ódio e Amor (1947); Fátima - Poema do Mundo (1955); Ainda Não se Escreveu (1959).
Ficção: António (1933); Isto Sucedeu Assim (1940); Os Contos de António Botto (1942) - literatura infantil; Ele Que Diga Se Eu Minto (1945).

Teatro: Alfama (1933)
Esgotada desde há muitos anos, a obra completa de António Botto começou a ser reeditada, em 2008, pela Quasi Edições, a cargo do crítico literário e escritor Eduardo Pitta.
Fonte: Wikipedia

A par de Fernando Pessoa, António Botto é o meu poeta preferido. Odiado por tantos, hoje em dia começa a ser reconhecido e apreciado de tal forma que a sua obra se encontra esgotada há muitos anos. Tive a felicidade (e sorte) de comprar uma edição já antiga de Canções, edição Círculo de Leitores, através de um leilão na internet. Anda vem... Anda vem..., porque te negas,Carne morena, toda perfume?Porque te calas,Porque esmoreces,Boca vermelha --- rosa de lume? Se a luz do diaTe cobre de pejo,Esperemos a noite presos num beijo. Dá-me o infinito gozoDe contigo adormecerDevagarinho, sentindoO aroma e o calorDa tua carne, meu amor! E ouve, mancebo alado:Entrega-te, sê contente!--- Nem todo o prazerTem vileza ou tem pecado! Anda, vem!... Dá-me o teu corpoEm troca dos meus desejos...Tenho saudades da vida!Tenho sede dos teus beijos!

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