domingo, 1 de fevereiro de 2009

12 Erros que Mudaram Portugal - Rui F. Baptista, João Vasco Almeida


Sabiam que D. Afonso Henriques não bateu na mãe mas sim no amante dela? Alguma vez imaginaram que o Papa João XXI, que era português, se enganou no número que escolheu para colocar à frente do seu nome? Ou que, foi um rei o maior criador de ratos da Europa?
Estes são alguns factos curiosos revelados em 12 erros que mudaram Portugal, o livro que passou a pente fino a História de Portugal, "à procura das grandes mentiras, dos idiotas que governaram o País e das trapalhadas que estão na génese daquilo que hoje conhecemos como bravo povo lusitano". O livro resultou da pesquisa nas mais conceituadas fontes históricas, analisando cada um dos episódios de forma simples mas eficaz, mostrando o que de errado se passou em 800 anos de Portugal.


Como amante de história e sobretudo da nossa História fui tentada a comprar “Os 12 erros que mudaram Portugal” um livro que alia factos verídicos com boas doses de humor.

Concorde-se ou não com os autores em alguns dos erros apontados, o livro merece a pena ser lido.

O primeiro erro apontado pelos autores começa pelo 1.º rei de Portugal. O episódio em que se diz que D. Afonso Henriques bateu na sua mãe, é completamente falso. Segundo os autores, embora não tenha convivido muito com a mãe, o ódio era pelo amante dela, o espanhol Trava.

É ainda relatado que Portugal é independente por causa das 600 pessoas que combateram na Batalha de S. Mamede, contra poucas mais de 300 por parte dos espanhóis. “Foram ainda necessários cinquenta anos para a criação do Reino de Portugal fosse reconhecido pela Santa Sé, pelo Papa Alexandre III, através da bula, Manisfestis Probatum, em que o rei de Portugal se tornou vassalo da Igreja e deixou de dever fidelidade a Castela”.

O erro n.º 2 é o nome que Pedro Hispano ‘adoptou’ enquanto Papa. Pedro Julião, mais conhecido como Pedro Hispano, foi o primeiro e único Papa de Portugal, e nasceu no séc. XIII. Aquando Papa, Pedro Hispano adoptou o nome de João XXI, embora nunca tivesse havido um João XX, apenas um João XIX. De referir que Pedro Hispano era muito erudito. “Prelado e médico, as duas ocupações levaram-no a privar com a maioria das pessoas mais importante da época”. Foi eleito Papa em Setembro de 1276. “Ordenado padre em 1260, bastaram-lhe 16 anos para chegar a Papa, mas acabaria por exercer o cargo apenas por oito meses; a 20 de Maio de 1277 caiu vítima de ferimentos sofridos pelo desabamento de uma das alas do palácio de Viterbo.” O terceiro erro está relacionado com D. Fernando, um monarca que não soube governar. O quarto está relacionado com a época das descobertas, sobretudo do caminho marítimo para a Índia e da descoberta do Brasil.

Os judeus, sobretudo a expulsão dos judeus na época de reinado de D. Manuel I é destacado como o quinto erro. O deixar de investir na indústria no séc. XVIII foi o sexto erro de Portugal. “Portugal estava a umas dezenas de anos de aguentar e superar a crise. Em breve a máquina a vapor estaria pronta a entrar em acção e o país poderia ter disso tirado partido, uma vez que estava montada a rede de trabalho”.

Os autores apontam como 7.º erro o cultivo da batata (descoberta pelos espanhóis nos Andes) e a planta do tabaco (através dos ameríndios do Brasil) em detrimento dos legumes que serviam de base à alimentação, castanha e legumes. A introdução da república, em termos de organização, foi o oitavo erro português. “O erro dos republicanos não foi tentar a república, mas sim ter escrito que naquela madrugada de 5 de Outubro de 1910 um capítulos e não um livro”. “Deixaram pontas solas, não se souberam organizar”.

O aparecimento de vários jornais (século XIX) como forma de propaganda política contra a monarquia foi o nono erro apontado seguido do Hino de Portugal, “A Portuguesa”. A Portuguesa, muito colado ao hino de França, a Marselhesa, é criticada pelos autores ao empregar alguns termos que já estavam em “desuso”: “às armas” é disso exemplo. O 11.º erro foi a política colonial desastrosa de Marcelo Caetano. O último erro culmina com a década em que Cavaco Silva foi Primeiro-Ministro.

Destaque ainda para o posfácio de Frederico Duarte Carvalho, simplesmente delicioso. Vale a pena comprar.


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