terça-feira, 21 de outubro de 2008

Urbano Tavares Rodrigues foi homenageado em Penafiel









As ruas de Penafiel, sobretudo as situadas na parte histórica, ‘transformaram-se’ para homenagear o escritor Urbano Tavares Rodrigues. A autarquia organizou colóquios, exposições, documentários e acções de rua até ao passado dia 19.

O objectivo da acção, foi o incentivo à leitura e dar conhecimento do autor lisboeta.

A cidade esteve coberta de post-its e cubos com excertos da obra de Urbano Tavares Rodrigues e uma das personagens dos seus livros - João Herculano – percorreu a principal artéria da cidade, convidando à leitura de um conto exposto em frente a um banco penafidelense.

O autor foi homenageado no quadro da iniciativa denominada Escritaria, organizada pela primeira vez pela Câmara de Penafiel, em conjunto com a editora Cão Menor.

Urbano Augusto Tavares Rodrigues nasceu em 1923 na cidade de Lisboa e é professor universitário, ficcionista, investigador e crítico literário português.

Apesar de ter nascido em Lisboa, a sua infância é passada no Alentejo, o que influenciou para sempre a sua obra. Licencia-se em Filologia Românica na Universidade de Lisboa, doutorando-se em 1984 com uma tese sobre o escritor Manuel Teixeira Gomes.

Foi leitor de português em várias Universidades estrangeiras, entre os anos de 1949 e 1955, época em que se encontrava impedido de exercer docência universitária em Portugal por motivos políticos. Depois da Revolução de 1974 retoma, em Portugal, a actividade docente. Em 1993, jubila-se como Professor Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, continuando a exercer a docência na Universidade Autónoma de Lisboa.

É membro efectivo da Academia de Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de Letras. Autor prolífico e prestigiado da segunda metade do século XX em Portugal, a obra de Urbano, que está traduzida em diversas línguas, tem como característica principal a tomada de consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, processo que se desenvolve até ao reconhecimento de uma identidade social e política. Tem, além disso, colaboração dispersa por publicações variadas, entre as quais o Bulletin des Études Portugaises, Colóquio-Letras, Jornal de Letras, Artes e Ideias, Vértice, Nouvel Observateur, entre outros, tendo sido director da revista Europa e jornalista de O Século e de O Diário de Lisboa, periódicos onde fez crítica teatral. Enquanto repórter, percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958) entre outros livros de viagens que mais tarde publicou.

Militante comunista, o autor considera que, numa primeira fase, a sua obra foi influenciada pelo existencialismo francês da década de 50; mais tarde, na sequência da sua detenção no forte de Caxias, durante o regime ditatorial a que fez oposição, passou a revelar-se como uma literatura de resistência, a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril.

Recebeu variados galardões literários, como o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa com a obra Uma Pedrada no Charco em 1958 (é de salientar que o seu pai, Urbano Rodrigues, já tinha vencido este prémio na edição do ano de 1948 com a obra O Castigo de D. João), Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, Prémio da Imprensa Cultural, Prémio Vida Literária - atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores, Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.

Apesar de ainda não ter lido a obra mais conhecida do autor, “Os Insubmissos” há uns anos li “Filipa nesse dia”, “Deriva”, “Oceano Oblíquo” e “Violeta e a noite”. Tenho que retomar as leituras do autor, que me prendeu desde o primeiro instante em que li “Oceano Oblíquo”.

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