terça-feira, 28 de outubro de 2008

Escritor Luandino Vieira vence Prémio Nacional de Cultura angolano




O autor de “Luuanda", Luandino Vieira, venceu o Prémio Nacional de Cultura de Angola, na categoria de Literatura, no valor de 35.000 dólares, atribuído pelo Ministério da Cultura.

Vencedor do Prémio Camões 2006, o maior galardão literário da língua portuguesa, Luandino Vieira, recusou receber o prémio alegando «motivos íntimos e pessoais». Contudo sabe-se por entrevistas dadas sobretudo ao JL, (Jornal de Letras Artes & Ideias), que não aceitou o prémio por se considerar um escritor morto e que como tal o Prémio deveria ser entregue a alguém que continuasse a produzir. Tal facto veio-se alterar pois já havia rumores que Luandino Vieira estava a preparar uma nova obra, que iria sair a lume em 2006.

José Luandino Vieira, pseudónimo literário de José Vieira Mateus da Graça, tornou-se cidadão angolano por combater ao lado do MPLA contra o domínio português naquela colónia e por ter contribuindo para a criação da República Popular de Angola. Foi preso pela PIDE, em 1959, acusado de ligações ao movimento independentista, tendo sido libertado pouco tempo depois. Actualmente, reside em Portugal.

Entre outros prémios literários, conquistou o Grande Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores (1965), com o polémico romance "Luuanda", o Prémio Sociedade Cultural de Angola (1961), o da Casa do Império dos Estudantes - Lisboa (1963) e o da Associação de Naturais de Angola (1963).

Da sua obra constam títulos como "Nosso Musseque", "A vida verdadeira de Domingos Xavier", "Nós, os do Makulusu", "Luuanda", "No antigamente, na vida", "Velhas estórias", "A cidade e a infância", "Vidas novas", "Lourentinho, Dona Antónia de Sousa Neto & Eu".

Com "De rios velhos e guerrilheiros - O livro dos rios", o escritor pôs fim em 2006 a um prolongado silêncio editorial.

1 comentário:

Joana Pinto disse...

Já li o Luuanda e Nosso Musseque e adorei. A sua escrita é simples, mas intensa. São livro pequenos que se lêem de uma assentada só e que nos permitem conhecer um pouco melhor a vida e os sentimentos de gentes sofridas e agastadas pelas agruras da vida difícil e da guerra.

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